Por Yorranna Oliveira
Ele tem nome de santo, apelido de personagem de cinema e nas veias um sangue que corre impregnado pela arte. Raimundo Benedito Menezes da Costa, o Maciste Costa, é um artista plástico, ilustrador, poeta e escritor paraense.
Maciste nasceu em 1964 em Belém do Pará. A mãe ficou em coma na época e a tia do garoto resolveu rogar a São Raimundo - o santo protetor das mulheres que ajudam e dão a luz aos rebentos do mundo -, e a São Benedito. Com a graça alcançada, Maciste recebeu em dobro a proteção dos céus.
Quando o pai de Raimundo Benedito era adolescente, o cara do momento nas telonas era o personagem Maciste, um herói mitológico do cinema italiano, que fazia as mesmas proezas de Hércules. O filho logo ganhou o apelido, que acabou sendo adotado na vida artística. Talvez esteja aí, o motivo para a ligação de Maciste Costa com a arte. Desde muito pequeno ele se desligava do mundo e se perdia em desenhos e rabiscos.
“Eu já desenho desde sempre. Sabe aquela criança que a professora está explicando o assunto, e ela não está nem lá? Fica o tempo todo desenhado? Pois é, comigo foi sempre assim. Muitas vezes fui tachado de desinteressado, de burro. Mas não os culpo”, ele diz.
Quando o pai de Raimundo Benedito era adolescente, o cara do momento nas telonas era o personagem Maciste, um herói mitológico do cinema italiano, que fazia as mesmas proezas de Hércules. O filho logo ganhou o apelido, que acabou sendo adotado na vida artística. Talvez esteja aí, o motivo para a ligação de Maciste Costa com a arte. Desde muito pequeno ele se desligava do mundo e se perdia em desenhos e rabiscos.
“Eu já desenho desde sempre. Sabe aquela criança que a professora está explicando o assunto, e ela não está nem lá? Fica o tempo todo desenhado? Pois é, comigo foi sempre assim. Muitas vezes fui tachado de desinteressado, de burro. Mas não os culpo”, ele diz.
Maciste Costa desenhando uma das telas da próxima exposição |
O trabalho de Maciste está presente em ilustrações feitas para livros, como as do recém-lançado “Procura-se um Inventor”, do escritor Daniel da Rocha Leite. A intimidade com as ilustrações para livros e textos também surgiu na infância. Com o passar do tempo, Maciste aperfeiçoou, de forma autodidata, a técnica dos traçados e sua própria forma de fazer arte, que ele alicerça na palavra.
“Sempre tive o hábito de retratar em desenhos situações inusitadas. Dessa forma passei a ter a capacidade de vislumbrar nas palavras (textos) as imagens, ou, o que está muito além delas. Isso passou a ser essencial em minhas ilustrações. Costumo dizer que ilustrar um texto é, sem sombra de dúvida, decodificar a sua alma”, opina.
“Sempre tive o hábito de retratar em desenhos situações inusitadas. Dessa forma passei a ter a capacidade de vislumbrar nas palavras (textos) as imagens, ou, o que está muito além delas. Isso passou a ser essencial em minhas ilustrações. Costumo dizer que ilustrar um texto é, sem sombra de dúvida, decodificar a sua alma”, opina.
Já o envolvimento com as artes plásticas veio como consequência do aprendizado e da curiosidade por novas possibilidades. “Seria tão vital como beber água, teria de canalizar de alguma forma minhas emoções: medos, angústias, alegrias, insanidade, enfim, esse turbilhão de signos que, alguém um dia, ousou em chamar de arte”, explica.
“Quanto à literatura, veio um pouco mais tarde, a partir do momento que passei a tomar consciência do que é realmente o mundo. Acredito que tenha sido no início de minha adolescência. Os meus textos são resultados de minha vivência, do meu mundo, do meu lugar”, avalia Maciste, ao tentar definir o momento em que o escritor e o poeta passaram a fazer parte da rotina do artista.
Ilustração para a capa do livro "Procura-se um Inventor" |
Experiências –
Em 1987, Maciste concluiu o curso técnico em Agropecuária, na “Escola Agrotécnica Federal do Pará”. No ano seguinte, prestou concurso público para a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Aprovado, foi trabalhar nas reservas indígenas do alto Xingu, com fiscalização.
A vivência com os povos indígenas e a rica forma de comunicação visual das tribos, o levaram a mergulhar profundamente nesse universo, representado pela arte plumária, grafismos, iconografias, utensílios em cerâmica, pinturas corporais, pigmentos, tramas em materiais como cipó, palhas e talas.
"Eu pintava uma pintura ingênua, sem um suporte cultural que pudesse falar por si, sem o peso da linguagem e do estilo. Não estou falando da técnica, essa, eu particularmente, sempre me saí bem, por conta das minhas buscas e das minhas pesquisas. Os povos indígenas foram uma riquíssima fonte de matéria-prima, a qual eu estava buscando, e sem querer, estava tudo ali ao meu alcance", afirma.
E a experiência causou importantes transformações nas obras concebidas pelo artista, antes apenas figurativas. Dono de um traço singular, permeado por uma expressiva carga étnica, proveniente de pesquisas, Maciste Costa busca uma linguagem que venha traduzir-se em elementos da identidade amazônica.
"A minha linguagem artística do desenho tem muito a ver com essa iconografia, mas deixo claro, que meu trabalho, ainda está em evolução, não é de forma alguma, algo estático. Para quem está apenas 15 anos nesse segmento, estou apenas dando os primeiros passos na busca de um trabalho culturalmente consolidado”, pondera.
A vivência com os povos indígenas e a rica forma de comunicação visual das tribos, o levaram a mergulhar profundamente nesse universo, representado pela arte plumária, grafismos, iconografias, utensílios em cerâmica, pinturas corporais, pigmentos, tramas em materiais como cipó, palhas e talas.
"Eu pintava uma pintura ingênua, sem um suporte cultural que pudesse falar por si, sem o peso da linguagem e do estilo. Não estou falando da técnica, essa, eu particularmente, sempre me saí bem, por conta das minhas buscas e das minhas pesquisas. Os povos indígenas foram uma riquíssima fonte de matéria-prima, a qual eu estava buscando, e sem querer, estava tudo ali ao meu alcance", afirma.
E a experiência causou importantes transformações nas obras concebidas pelo artista, antes apenas figurativas. Dono de um traço singular, permeado por uma expressiva carga étnica, proveniente de pesquisas, Maciste Costa busca uma linguagem que venha traduzir-se em elementos da identidade amazônica.
"A minha linguagem artística do desenho tem muito a ver com essa iconografia, mas deixo claro, que meu trabalho, ainda está em evolução, não é de forma alguma, algo estático. Para quem está apenas 15 anos nesse segmento, estou apenas dando os primeiros passos na busca de um trabalho culturalmente consolidado”, pondera.
Apesar das trocas culturais, quase dois anos depois Maciste desligou-se do quadro do governo, a pedido. "Não consigo me ver como um funcionário público, o cotidiano das repartições, mataria o artista, certamente", acredita.
Depois de deixar o emprego, Maciste foi morar em Macapá (AP) e, posteriormente em São Paulo (SP), onde conheceu vários ateliês e fez algumas exposições coletivas e individuais na metrópole cultural do Brasil. De volta a Belém, cidade na qual reside atualmente, foi Prêmio IAP (Instituto de Artes do Pará) de Literatura, edital 2007, na categoria infanto-juvenil, com o livro “Pedrinho e o peixe azul”.
"Foi uma fase muito difícil [quando largou tudo e foi tentar viver de arte]. Como ainda não tinha suporte suficiente para me manter como artista, devido à imaturidade do meu trabalho. Tive que me virar em outras atividades, deixando claro, que minha prioridade era, e sempre seria, a arte. Anos mais tarde mudei pra São Paulo. Foi um passo acertado em minha vida. Lá pude realmente perceber a importância de minha escolha. Mais amadurecido, tive contato com outros artistas, o que me rendeu muitas exposições, tanto coletivas como individuais”, recorda.
Exposições coletivas:
Museu da Casa Brasileira, São Paulo-SP
Macapá Shopping, Macapá-AP
Espaço Cultural Templo Bar, Bauru-SP
Teatro das Bacabeiras, Macapá-AP
Galeria do Marco Zero, Macapá-AP
Escola de Artes Cândido Portinari, Macapá-AP
Galeria do SESC ARAXÁ, Macapá-AP
Espaço Cultural do Aeroporto Internacional de Belém
Galeria de Arte “Angelina W. Messenberg”, Bauru-SP
Galeria do CCBEU, Belém-PA (2008/2009)
Exposições individuais:
Espaço Cultural do SESI, Bauru-SP
Espaço Cultural do Correio Central, Bauru-SP
Espaço Cultural Templo Bar, Bauru-SP
Teatro das Bacabeiras, Macapá-AP
Galeria do Marco Zero, Macapá-AP
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